18 outubro 2008

entre linhas

Alturas há em que a vontade de nos abrirmos é arrebatadora. Alturas em que o que sentimos nos domina de tal forma que necessitamos de exteriorizá-lo, mas não sabemos fazê-lo.
Tenho procurado traduzir sentimentos por palavras mas não tenho vocabulário para fazê-lo.

A terminologia correcta para exprimir o que sinto é-me desconhecida e assim o tempo e o espaço ficam cobertos pela cor da noite. Vazios de conteúdo. Empobrecidos. Tristes.

Os dias têm-se sucedido a um ritmo frenético, alimentados pela ansiedade e por esta necessidade de encontrar o momento certo. Ao longo deste tempo fui-me apercebendo que estava errada. Não são afinal, palavras de que necessito...já não estou interessada em descodificar-me através de signos, mas antes através de actos, momentos, olhares.

Assim, faço-o quando te olho nos olhos, quando te toco levemente sob a face, quando te seguro as mãos e tento fazer-te sentir seguro junto a mim.
Faço-o carinhosamente e assim me descodifico.
Assim encontro a tradução para o que sinto.

............ Falámos a linguagem do silêncio é espantoso como só nós a percebemos.


Aproveito o momento para olhar para dentro de mim e tento descobrir o que de novo me preenche.
Tudo me parece conhecido, mas não consigo deixar de sentir que algo estranho vagueia dentro do "eu".
Aguardo uns segundos com este pensamento em mente, mas não sou persistente nestas situações e abandono esta ideia que afinal é algo rídicula.

Volto a face para aquilo que tem tomado conta de mim e tento chegar às razões para tal. Vejo alguém apática, partida e desinteressada contrastar com aquela que havia crescido imperativa, animada e apaixonada!

Encho a boca de ar e faço uma cara rídicula e engraçada ao deparar-me com tudo isto!
Pergunto-me porque me sinto assim e porque me tenho comportado desta forma tão estranha e como resposta encolho os ombros! esboço um sorriso e ganho vontade de esquecer este assunto e seguir em frente, mas esbarro no tal sentimento estranho de à pouco.


Senti algo... Algo realmente novo. Quer dizer... Não é novo! É novidade apenas pelo momento em que se apresenta! Estou espantada! Será real? Será apenas mais umas das minhas muitas confusões, que frequentemente me têm atormentado?

Não sei... Sei que gostaria neste momento de escrever muito mais, pois sinto muito mais e tenho muito para dizer, no entanto como vem sendo habitual não mo permito e nem que o fizesse, temo não ser capaz.

Sendo assim vou-me obrigar a aguardar. A aguardar por certezas e oportunismos para que possa sentir, falar e sobretudo ser, quando for correcto senti-lo, sê-lo e demonstrá-lo.

Fazes-me enfrentar desafio atrás de desafio......




Um comentário:

Girassol disse...

amiga guardar as coisas so nos faz mal:(

fala, ri, grita, chora, bate com a cabeça na almofada, corre, deita-se, mas faz o k sentes. nunca te reprimas, peço-te isso*

um beijo*